A Embrapa Suínos e Aves divulgou nesta terça-feira (16) o Índice de Custos de Produção de Suínos (ICPSuíno) referente a outubro, e os dados mostram queda, principalmente na alimentação dos animais. De acordo com o levantamento, em relação a setembro, houve retração de 0,99% no ICP/Suíno, atingindo 389,24.

Ari Jarbas Sandi, analista da área de socioeconomia da Embrapa Suínos e Aves, explica que, embora os ingredientes das rações de suínos e aves sejam basicamente os mesmos, há uma ou outra diferença nos componentes e também nas proporções, o que motivou que no mês de outubro houvesse diferença no movimento dos custos da alimentação entre os dois tipos de criação em outubro.

“No caso dos suínos, os preços do milho caíram 3% entre setembro e outubro, e o farelo de soja recuou 0,4% no período. No mercado atacadista o milho caiu ainda mais, 2,9% em relação a setembro, e o farelo de trigo, que é um dos ingredientes quevai na ração de gestação, aumentou 5,2%. Na suinocultura, de um modo geral, são 8 tipos derações utilizadas, e todos esses componentes geraram um decréscimo de 1,4% na alimentação”.

Outra diferença colocada por Sandi na questão da diferença do movimento entre a alimentação de suínos e aves em outubro, é que o custo da ração para aves aumentou motivado pela escalada do óleo de soja, na ordem de 8%, insumo que não é utilizado na ração para suínos.

Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a discrepância entre o andamento dos custos de alimentação animal para aves e suínos é algo intrigante, tendo em vista que para as aves aumentou e para os suínos diminuiu em outubro.

“O principal insumo das rações é o milho, e com o alívio nos preços do milho, a tendência seria de arrefecimento para os dois. Pode ser resultado de um aumento nos alojamentos agora no último trimestre do ano. Já estávamos prevendo um alojamento mais pesado para o último trimestre do ano. Mas ainda assim é estranho”, disse.

O principal quesito que pesa nas contas do suinocultor, a nutrição dos animais, baixou 1,43% em outubro em relação à setembro, mas registra alta de 2,78% desde janeiro desde ano e de 9,05% entre outubro de 2021 e o mesmo mês de 2020. Atualmente, a alimentação dos suínos representa 80,83% do total investido na atividade.

A título de comparação, em outubro de 2020, a alimentação dos animais representava 80,79% do total de investimentos na granja, segundo a Embrapa. Entre outubro de 2020 e o mesmo mês de 2019, a nutrição dos suínos havia avançado 40,83%.

Santa Catarina, o Estado que lidera a produção de suínos no Brasil, os custos, de forma geral, baixaram 1,0% em em outubro em relação a setembro, atingindo R$ 6,80/kg. No que diz respeito à alimentação dos suínos, a queda foi de 1,78%, chegando a R$ 5,50/kg.

Ao estender a comparação entre outubro deste ano com outubro de 2020, o aumento dos custos de produção na suinocultura em Santa Catarina foi de 13,0%. A alimentação dos animais passou de 4,98/kg para R$ 5,50/kg no período de 12 meses, subindo 10,44%.

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