Estabilidade dos preços ainda em meados de novembro indica maior cautela do varejo e do atacado na formação de estoques para o final de ano. A falta de reação dos preços do suíno vivo em novembro, quando há sazonalmente uma maior demanda pela proteína diante da formação de estoques do comércio antes das festas de final de ano, indica tendência de estabilidade das cotações em janeiro, aponta análise de mercado divulgada pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).

 A partir dos dados de abate do IBGE e das exportações no acumulado do ano até setembro, o boletim da ABCS aponta uma estabilidade na disponibilidade interna de carne suína ante um aumento de 11,95% para a carne bovina e de 4,7% para a carne de frango. Tal cenário, aponta, reduziu a competitividade da suína, limitando altas no preço pago ao produtor. “Considerando que em dezembro a demanda por carne suína é a maior do ano e que é preciso fazer estoque antes para atender esta demanda, independente da situação de mercado, a tendência quando não há uma grande alta do preço em novembro e dezembro é que em janeiro o preço de mantenha estável”, avalia a ABCS. 

Para outubro e novembro, os levantamentos de preço do Cepea avaliados pela Associação indicam crescimento da diferença entre os preços da carne suína e bovina, passando de 45,3% em setembro para mais de 60% nos dois meses seguintes – o que sinalizaria um aquecimento do consumo interno. Segundo o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, a estabilidade dos preços ainda em meados de novembro indica maior cautela dos elos finais da cadeia de comercialização, “que não estariam ‘arriscando’ adquirir mais do que o que efetivamente será vendido”. “Também é um indicativo de que os estoques de fim de ano devem ser menores do que em anos anteriores, determinando que o preço se mantenha em patamar um pouco mais elevado ao longo de todo mês de dezembro e talvez sem recuo significativo em janeiro de 2024”, completa Lopes.

GLOBO RURAL

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