O custo mais baixo da carne de aves está tornando-a a fonte de proteína número um do mundo. Durante séculos, um delicioso churrasco ou lombo de porco tem sido o prato preferido dos seres humanos à medida que as sociedades enriqueciam e suas dietas melhoravam. Isso mudou. Até 2022, o consumo de frango deve chegar a 98 milhões de toneladas, o dobro do crescimento de 1999. Isso é mais que o triplo do crescimento da carne suína e 10 vezes maior do que a carne bovina, segundo dados do governo dos EUA.

 O consumo global de frango está a caminho de responder por 41% de todo o consumo de carne até 2030. E em menos de uma década, para o bem ou para o mal, os humanos consumirão pela primeira vez muito mais frango do que qualquer outro tipo de proteína. Graças à genética e outras inovações, o custo da criação de galinhas caiu repetidamente ao longo dos anos. As aves modernas estão prontas para produção apenas seis semanas após a eclosão. Durante esse tempo, eles convertem prodigiosamente seus alimentos em proteínas como nenhum outro animal consegue. 

A mudança para aves nas principais economias, do Brasil à China, está se acelerando à medida que a inflação torna a carne vermelha muito cara para mais pessoas em todo o mundo. O caos nas cadeias de abastecimento alimentar causado pela pandemia e pela guerra na Ucrânia só reforçou essa tendência. Há um lado ainda mais sombrio na ascensão do frango como produto.

 As aves agora podem ganhar peso tão rapidamente que seus órgãos e músculos não conseguem acompanhar, dificultando a permanência em pé. Surtos de gripe aviária, como os que afetaram recentemente o Centro-Oeste e a Costa Leste dos Estados Unidos, são maiores e mais graves devido ao aumento do uso de métodos de produção industrial. O custo de produção em relação à produção total de aves provavelmente caiu para um terço do que era há 30 anos, diz Tai Lin, sócio-gerente da Proterra Asia, uma empresa de private equity que investe na indústria de alimentos. 

Os agricultores ainda não descobriram como fazer o mesmo com outros animais. “Tornou-se a carne mais barata”, diz Lin. A demanda está aumentando tão rapidamente que os produtores não conseguem acompanhar, causando escassez. Os restaurantes da América estão presos em uma competição brutal por suprimentos. A rede de frangos Wingstop Inc. diz que quer comprar uma planta de processamento, o que a tornaria a primeira grande operadora de restaurantes dos EUA a se aventurar tão profundamente na cadeia de suprimentos. Na Ásia, o frango está substituindo a carne de porco – a carne tradicional das celebrações, culinária diária e jantar fora – à medida que os consumidores mais jovens adotam a visão ocidental de que a carne branca é mais saudável. Os brasileiros também estão devorando frango este ano, já que a inflação coloca a carne bovina fora do alcance de milhões de pessoas. 

O país, maior exportador de aves do mundo, está aumentando a produção em 4,5%, atingindo novos recordes. As empresas estão agregando linhas de produção, turnos e melhorias de processos, diz Ricardo Santin, chefe do grupo de exportação ABPA. “Não conheço nenhum país no mundo que não tenha galinhas”, diz Brett Stuart, cofundador da Global AgriTrends, uma empresa de consultoria.

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