Em uma carta abeta à população goiana, intitulada ‘Posicionamento Institucional – Quadro Setorial e Impactos Inflacionários’, divulgada no domingo (24), a Associação Goiana dos Suinocultores (AGS) e a Associação Goiana de Avicultura (AGA) chamam a atenção da sociedade e do Poder Público para a grave realidade vivida pelo setor de suínos e aves. A AGS e AGA são filiadas a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

As duas categorias são responsáveis por três das proteínas animais estratégicas para a segurança alimentar da população: a carne de frango, a carne suína e o ovo.

Um dos grandes problemas enfrentados pelos produtores é a alta no valor dos insumos. Desde o ano passado, o milho e a soja, que compõem 70% dos custos de produção, acumulam altas nunca registradas no País. No caso do milho, houve registros superiores a 100%.

Estas altas se adicionam a outras, como o diesel (+30%), a embalagem de papelão (+60%) e as embalagens rígidas e flexíveis (+ 80%). Por causa do alto custo, produzir frango e suíno ficou 39,79% e 44,5%, respectivamente, mais caro em relação a abril de 2020.

Outro agravante para as duas categorias é que a carne de aves, de suínos e ovos que hoje estão com preços mais elevados foram produzidos utilizando grãos adquiridos em 2020 – quando os valores por tonelada eram menores. Por isto, novas elevações de preços deverão alcançar a população goiana nos próximos meses, em um momento crítico para a renda e para a segurança alimentar.

No posicionamento institucional, a AGS e AGA pedem medidas emergenciais para evitar que o quadro se agrave ainda mais, evitando a desindustrialização, a perda de postos de trabalhos e garantir a segurança alimentar da sociedade.

Segue todos os pontos solicitados pelas duas associações:

  • Viabilização emergencial das importações de milho e de soja estritamente para uso em ração animal. Hoje há desoneração de tarifa para esta importação, mas não há viabilização técnica;
  • Suspensão do imposto Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) sobre a importação destes insumos de países não-integrantes do Mercosul;
  • Suspensão temporária de cobrança de PIS e COFINS para importações provenientes de países extra Mercosul, para empresas que não conseguem realizar Drawback;
  • Suspensão temporária de cobrança de PIS e COFINS sobre os fretes realizados no mercado interno;
  • Criação de sistema oficial de informação antecipada sobre exportações futuras de grãos, assim como ocorre em outros países, para dar mais transparência ao mercado de insumos, evitando situações especulativas como a atual.
  • Financiamento para construção de armazéns e realização de armazenagem para os produtos, dando mais estabilidade ao mercado;
  • Políticas de incentivo de plantio de milho e de cereais de inverno no Brasil.

 

posicionamento institucional.doc

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