Mudança de hábitos alimentares na China elevará a demanda, segundo pesquisa da Scot Consultoria para WWF-Brasil, TFA Brasil e Fundação Solidaridad. As importações chinesas de carne bovina podem chegar a 3,62 milhões de toneladas em equivalente carcaça em 2030, volume 32,8% maior que o registrado no ano passado.
A projeção está em um estudo que a Scot Consultoria produziu para as organizações WWF-Brasil, Tropical Forest Alliance (TFA Brasil) e Fundação Solidaridad. Segundo o estudo, a produção chinesa de carne bovina deverá crescer 15% até o fim da década. O ritmo é inferior ao previsto para o avanço do consumo, que deverá aumentar 21% no mesmo período, somando 11,15 milhões de toneladas em equivalente carcaça, afirma a consultoria.
De acordo com os analistas da Scot, a mudança de hábito alimentar dos chineses chama a atenção. “Mesmo após a retomada dos níveis de produção de suínos, prevista para 2022/2023, a expectativa é de que o consumo per capita de carne bovina e de outras proteínas, como o frango e o pescado, continue aumentando”, diz o estudo. Atualmente, a China é o maior comprador da carne brasileira. Segundo a consultoria, no fim da década, a carne bovina brasileira deverá responder por 43,3% das importações chinesas do produto; a participação brasileira foi de 39,9% do total em 2020, de acordo com a Scot.
O produto in natura representou mais de 90% dos embarques nos últimos dez anos. A pesquisa avalia, ainda, que o cenário é positivo para a pecuária de corte nacional não só por causa do aumento da demanda, mas também devido aos “ganhos esperados na base produtiva, ao uso maior de tecnologia (nutrição, sanidade, genética, gestão) e à intensificação da produção para atender o critério exigido pela China”. O país compra somente bovinos com menos de 30 meses.
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