República Dominicana e Haiti tiveram os primeiros casos, e proximidade com México preocupa EUA
A confirmação do segundo caso de peste suína africana no continente americano acendeu o sinal de alerta na região. O primeiro havia ocorrido na República Dominicana, há poucas semanas. O segundo confirmado pela OIE (Organização Mundial da Saúde Animal) foi registrado no Haiti. Até então sem a presença dessa doença, os países produtores e exportadores do continente sempre tiveram livre trânsito em grandes mercados, como o da China.
A ocorrência do caso haitiano preocupa os países produtores americanos porque o Haiti passa por uma grave crise social, levando parte de sua população a buscar domicílio em outros países. A contaminação ocorre, em geral, pelo trânsito de comida entre as regiões. Foi o que ocorreu no final da década de 1970 no Brasil, quando a doença chegou por meio de restos de comida contaminada, que foi destinada à alimentação de porcos. A peste suína, depois que chega a uma região, é difícil de ser erradicada.
A China, maior produtora e consumidora de carne suína no mundo, perdeu 40% de seu rebanho. Os chineses produziam 54,5 milhões de toneladas de carne suína em 2017, antes do surgimento da doença em seu rebanho, volume que recuou para 36,4 milhões no ano passado, segundo dados do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA). O país, embora tenha adotado medidas bastante severas para o controle da doença, teve uma segunda onda neste ano.
O sinal de alerta acendeu em todos os países produtores, mas um dos mais preocupados, devido à proximidade com o Haiti, é o México. Uma eventual chegada da doença em território mexicano colocaria em risco também a produção dos demais países da América do Norte, devido ao intenso trânsito de mercadorias entre eles, provocado pelo acordo de livre comércio. O maior rebanho de suíno nas Américas está nos Estados Unidos, somando 77 milhões de cabeças. Brasil e México vêm a seguir, com 37 milhões e 35, milhões, segundo dados do Usda.
FOLHA DE SP

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