Valor por kg do suíno vivo passa de R$ 10 em Goiás e bate recorde em levantamento
O suinocultor goiano respira mais aliviado, após passar por crises seguidas desde 2020. O ano de 2024 segue de recuperação no setor, que registra números positivos. Em Goiás, o preço do suíno vivo na segunda quinzena de novembro atingiu R$ 10,10, um aumento de 50,74% desde janeiro, quando o valor bateu R$ 6,70. O valor é inédito na série histórica da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), que iniciou o levantamento em 2020.
O valor ajuda o produtor a recuperar os prejuízos dos últimos anos. É o que aponta o presidente da Associação Goiana de Suinocultores (AGS), Fernando Barros. “Neste ano estamos tendo um resultado muito positivo em relação ao preço praticado e o nosso custo de produção. A retomada dos preços está ajudando a pagar os prejuízos que tivemos no ano de 2023, com uma rentabilidade muito boa para a cadeia da suinocultura goiana”, descreve aliviado.
Essa valorização ocorre por conta da demanda, que está bastante aquecida internamente e externamente. O setor bate recordes na exportação, crescendo ao redor de 8%. “O ano de 2024 na suinocultura brasileira deve terminar com a produção estável, praticamente sem crescimento, exportações recorde e com demanda bastante aquecida no mercado interno, o que determinou alta considerável nas cotações do suíno desde maio, com valores máximos no último trimestre”, analisa o assessor técnico da AGS, Iuri Pinheiro Machado.
Segundo a pesquisa Agro em Dados, da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-GO), o mês de agosto ocupa a terceira posição nas exportações goianas de carne suína, tanto em volume quanto em valor, com crescimento de 4,4% e 15,9%, respectivamente, em relação ao mesmo período em 2023. Em outubro, houve destaque como destino das exportações as Filipinas e o Chile, seguido dos demais países parceiros: China, Hong Kong e Japão.
2025
Para Iuri Pinheiro, a alta do milho nos últimos meses não atrapalhou o ganho para o suinocultor. “O custo médio de produção ao longo do ano permitiu margens bastante satisfatórias, um alívio depois de um longo período de crise. Para 2025 esperamos uma retomada do crescimento da produção, aliado a um crescimento das exportações, deve determinar uma oferta ainda insuficiente para atender a demanda do mercado doméstico. Isto deve manter as cotações em alta ao longo do ano que vem”, prevê.
O presidente da AGS também destaca que 2025 deve ser um bom ano para a suinocultura. “A perspectiva, pelo menos desses primeiros seis meses, é manter esses preços bem próximo disso, de 10 reais. A exportação vai bater recorde neste ano e há perspectiva de se manter no ano que vem. O setor em Goiás deverá ter em 2025 mais um período de margens positivas”. Goiás é o oitavo estado brasileiro em número de abate de suínos, com o total de 971,1 mil cabeças (+1,02%) e 94,4 mil toneladas de carcaça (+2,6%) nos seis primeiros meses deste ano.