Abates caíram 3,2% no país, destino de dois terços dos embarques totais do bloco em 2020. As compras de carne suína feitas pela China foram decisivas para as exportações da União Europeia atingirem volume recorde no ano passado. De janeiro a outubro, a UE embarcou, ao todo, 3,55 milhões de toneladas equivalentes de carcaça, informou recentemente o adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na região.
Desse volume, 2,37 milhões de toneladas, ou dois terços do total, foram para o mercado chinês. As exportações da UE nos primeiros dez meses de 2020 foram quase o dobro das registradas em todo o ano anterior. A Espanha foi o país do bloco que mais exportou aos chineses no ano passado.
O aumento das importações chinesas ocorreu em um cenário de recuo da produção própria do país, mas em ritmo menos intenso que o previsto. Em relação a 2019, a produção chinesa de carne suína, de 41,13 milhões de toneladas, caiu 3,3% no ano passado, segundo o National Bureau of Statistics (NBS).
Alguns analistas esperavam uma queda maior em 2020, depois de um surto de peste suína africana atingir a China em meados de 2018 e, ao longo dos 12 meses seguintes, reduzir em 60% seu plantel de animais reprodutores. Xiao Lin, analista da Win & Fun Investment, de Shenzhen, disse que esperava produção de 5% a 10% menor em 2020.
Em parte, o país conseguiu limitar os efeitos do surto ao injetar mais de 200 bilhões de yuans (US$ 30,87 bilhões) no setor produtivo. Os dados da NBS também mostram, por um lado, que os abates caíram na China (o recuo foi de 3,2%, para 527,04 milhões de suínos), mas, por outro, que já houve alguma recuperação do rebanho. O número de cabeças era de 406,5 milhões no fim do ano, ou quase 10% a mais que as 370,39 milhões de setembro.